O segundo dia do mês de novembro é o dia de Finados, e decidimos ir ao cemitério da nossa cidade para confortar e abraçar as pessoas.

Esta foi minha primeira experiência de evangelismo em um cemitério, e a abordagem proposta foi a mais simples e amorosa que poderíamos pensar: abraçar, confortar e ouvir as histórias e memórias das pessoas.

Estava cheio, multidões chegando e saindo, limpando jazigos, acendendo velas e lamentando a perda de seus parentes.

O ponto de encontro da equipe foi a entrada do cemitério, lá oramos pela liderança do Espírito Santo e aproveitamos para estabelecer a abordagem e os limites, depois, nos dividimos em duplas e trios e fomos caminhar.

Encontramos pessoas que perderam seus filhos, seus pais, cônjuges, irmãos e também avós. Outros ainda em que muitos membros da família já haviam partido, para alguns, a dor era recente, 1 mês, 3 meses, 3 anos, para outros, muitos anos já haviam se passado, não havia mais a dor, apenas a saudade. Para todos, porém, temos a mesma esperança: que Jesus enxugará de nosso rosto toda lágrima.

É muito gratificante poder oferecer um abraço a alguém em um momento de dor. Dizer “pode chorar” e permitir que seus ombros acolham estas lágrimas. Oramos por cada um que permitiu, abraçamos a todos que deixaram, reforçamos que em Jesus temos a esperança de que esse sofrimento um dia cessará, a morte não mais existirá. E pedimos pelo consolo e conforto do Espírito Santo por cada vida que permitiu que nos aproximássemos e que compartilhou conosco sua história.

E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.

Apocalipse 21:4

A Bíblia nos diz ser melhor ir onde há pranto do que onde há festa, e eu pude mesmo tomar esta experiência em consideração. Mesmo sabendo que o homem ao pó tornará, que a certeza que temos desta vida é que morreremos, ainda assim nunca estamos preparados para tal.

Perder alguém a quem amamos dói, nos restam as lembranças que cultivamos durante o tempo em que estivemos juntos, e isso me faz refletir sobre a qualidade dos relacionamentos. Ouvi de uma família que havia perdido a mãe há um mês: “Se você tem mãe, abrace e beije muito ela, porque dói, perder a mãe dói”. Que isso fique de lição para mim e para você, aqui não temos todo o tempo do mundo, que possamos perdoar, reconciliar e cultivar relacionamentos saudáveis enquanto há tempo, para que quando nossos amados partirem, tenhamos muitas coisas boas a que trazer à memória.

Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração.

Eclesiastes 7:2

Artigos recomendados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *